20 outubro 2009

Woody Allen


Acabo de ler um calhamaço de mais de 400 páginas de um livro chamado "Conversas com Woody Allen". Gosto dele desde fim da década de 70, quando vi seus primeiros filmes. Passei um período meio sem paciência de acompanhá-lo, quando achava que suas histórias eram muito distantes de minha realidade.

Devo admitir que, agora, novamente volto a admirar seu trabalho. Acho que meu amadurecimento ajuda muito nisso. O cara é uma figura diferente. Especialmente, por ser americano e não se encaixar no mainstream. Não faz concessões aos produtores de Hollywwod e nem foi receber o Oscar que ganhou por "Noivo Neurótico Noiva Nervosa". Reza a lenda, que ele preferiu ir tocar clarineta com os amigos no Blue Note. Ele diz que não lê as críticas e não dá a mínima para elas, sejam boas ou más.

Não é todo mundo que gosta dele. Eu lembro de algumas passagens de seus filmes que ficarão para sempre na minha memória. O filme "Zelig", por exemplo, o protagonista adapta-se ao ambiente em que ele se encontra. Um verdadeiro camaleão humano. Fica negro quando toca com músicos de jazz, gordo e de bigode em um restaurante grego, e por aí vai. É um falso documentário muito bem bolado. E em preto-e-branco. Misturando imagens reais de Hitler, por exemplo, com novas tomadas atuais. Quem de nós não se adapta a uma circunstância quando necessário? No caso dele, era patológico. Genial.

Lembro-me de um personagem, interpretado por Robin Williams, de um outro filme que era fora de foco. Sim, ele ficava embaçado e os seus colegas eram nítidos. E ele achava que os outros que eram embaçados. Quem de nós já não se sentiu assim também?

Outro falso documentário é "Poucas e Boas", onde ele conta a vida de um violonista dos anos 30 ou 40, interpretado por Sean Penn, que é o segundo melhor do mundo. Só perde para Django Reinhardt, o cigano belga, este de fato existiu. As músicas são outro ponto forte de seus filmes, a meu ver.

Aos poucos vou começar a rever seus filmes mais antigos e certificar que as marcas que eles deixaram em mim ainda permanecem. Os mais recentes, vide "Vicky Cristina Barcelona", causaram ótima impressão.


2 comentários:

  1. Olá Grande Golden! Estou no time dos que não gostam dele, embora eu saiba de seu valor... Não conheço a fundo o trabalho do Allen e assim fica difícil falar mais do cara. Pra mim vale muito a questão da empatia: sabe qdo vc não vai com a cara do sujeito?... Abraços a todos!!

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  2. Vale a pena assitir "Bananas" de 1971... Rolei de rir quando assisti a primeira vez, por volta de 1976

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