31 dezembro 2008

Mais Mafalda

Tirinha bem a calhar para esse fim de ano: Desejo a todos um excelente ano de 2009.
Que consigamos fazer-nos melhores a cada dia para podermos viver sempre em harmonia.

27 dezembro 2008

A Ceia

Tivemos uma ótima festa de Natal. Uma das melhores dos últimos anos. Todos irmãos e netos reunidos na casa da dona Fanny. Graças a Deus, usufruimos de uma ceia farta, com bom vinho, muita alegria. Excelente clima natalino.

Clique nas fotos para ampliar.

Alice, Flávia, Gabriel, Eleonora, Marcelo e a cachorrada.

Fanny e Eleonora.

Madrinha Adriana com afilhada Alice.

As manas Sandra e Paula.

Tio Lu e Marcelo.

A turma toda reunida.

Marcelo e os primos.

O compadre Lívio e a comadre Lia sempre presentes.

Gabriel e Marcelo prontos para a festa.





24 dezembro 2008

Natal


Estou em ritmo de tartaruga...
As atualizações ficarão escassas por uns dias.


Desejo a todos meu amigos e leitores um FELIZ NATAL!
Aproveitemos a data para refletir um pouco mais.

23 dezembro 2008

Hora de Música

Essa música do Ultraje a Rigor faz parte de um disco que acho um marco do rock nacional, chamado "Nós Vamos Invadir sua Praia". Lançado em 1985, logo após o fim da ditadura, traz músicas contagiantes, com letras bem-humoradas e inteligentes.

Ultraje - Inutil


Inútil
(Roger Moreira)

A gente não sabemos
Escolher presidente
A gente não sabemos
Tomar conta da gente
A gente não sabemos
Nem escovar os dente
Tem gringo pensando
Que nóis é indigente...

Inútil! A gente somos inútil!
Inútil! A gente somos inútil!

A gente faz carro
E não sabe guiar
A gente faz trilho
E não tem trem prá botar
A gente faz filho
E não consegue criar
A gente pede grana
E não consegue pagar...

Inútil! A gente somos inútil!
Inútil! A gente somos inútil!

A gente faz música
E não consegue gravar
A gente escreve livro
E não consegue publicar
A gente escreve peça
E não consegue encenar
A gente joga bola
E não consegue ganhar...

Inútil! A gente somos inútil!
Inútil!

19 dezembro 2008

A rua Normandia

Voltando a falar de São Paulo.
A rua Normandia, em Moema, já há alguns anos, tornou-se atração turística na época do Natal. As 36 lojinhas espalhadas pelos pouco mais de 100 metros de sua extensão, colocam enfeites que atraem gente de todas as partes da cidade e até mesmo de fora. O bom gosto dos enfeites, aliado ao estilo arquitetônico europeu das lojas formam um conjunto muito agradável de se contemplar. À noite, com as luzes acesas, as ruas adjacentes ficam lotadas de famílias passeando e observando a decoração. Até mesmo uma 'tempestade' de neve acontecia.

Sim, acontecia! Esse ano, não vai haver (http://www.ruanormandia.com.br/).

Para falar a verdade, fiquei assustado com a pobreza da decoração de lá esse ano. Tudo bem que há alguns enfeites interessantes, mas o que mais chama a atenção são as milhares de lampadinhas e pisca-piscas comuns, desses de lojas de R$ 1,99, expostas meio a esmo, sem nada que mereça destaque. Ao redor da rua, dezenas de vendedores ambulantes se acotovelam, oferecendo comes e bebes, badulaques, e toda sorte de produtos baratos. Ficou um ar de feira popular, quermesse.

Perdeu boa parte do charme!

18 dezembro 2008

Helpio

Eu sempre vejo um caminhão-guincho em São Paulo de uma firma chamada Auto Socorro Helpio. Desde a primeira vez esse nome me chamou a atenção. Será que é o nome do dono? Sr. Hélpio!!!! Pode ser... Mas, creio que a intenção seja criar uma ligação com a palavra inglesa HELP (socorro). Algo como HELP YOU = HELPIO. Entenderam? Bem criativo! A sonoridade da expressão inglesa com o aportuguesado nome da firma? Será que é viagem minha?

17 dezembro 2008

Natal em Poços

Já estamos em Poços para as festas de fim de ano. Chegamos na segunda, após um fim de semana de peregrinações por shoppings para as últimas compras de presentes. Muita gente andando pelos corredores desses templos do consumo. Nas conversas com os lojistas, todos reclamando. Algo me diz, que de barriga cheia. Estacionamentos lotados e esbarrões nos corredores no vai-e-vem das pessoas. Ainda não percebi a crise no comércio paulistano.

Fiquei muito decepcionado com a decoração de Natal na ruas de São Paulo. Tirando um ou outro prédio de banco ou de alguma instituição, ou ainda de alguma loja, pouca imaginação nas vitrines e fachadas. Aqui em Poços, parece que há um pouco mais de alegria na decoração pública, mas nas casas vê-se poucas luzes e enfeites.

Um dos destaques da decoração paulistana é o enorme Papai Noel, acompanhado de um cachorro igualmente grande, que está ne entrada do Shopping Iguatemi. O Noel deve ter uns 4 metros de altura. Como complemento, o pessoal de lá coloca uma capa e um chapéu em ambos, nos dias de chuva. Fica bem bacana, original.

15 dezembro 2008

Tudo ao normal

Li nos jornais da semana passada que os bares e restaurantes de São Paulo estão dispensando os serviços de motoristas, táxis, vans, motos, etc. que haviam contratado para levar seus clientes que bebessem um pouco para casa. O que tem acontecido é que os consumidores estão notando que a fiscalização já esmoreceu e não há mais tanto perigo de ser flagrado pelo bafômetro. Isto é, mais uma lei que não vai pegar.
Na verdade, isso corrobora o que já escrevi aqui. Essa lei veio mais para que as seguradoras tivessem um respaldo legal para negar o pagamento de alguns prêmios de seguro, do que propriamente para normalizar e regularizar o trânsito de nosso país.
Não há dúvida que ela tem um objetivo muito nobre, mas fica nítido que não vai haver a necessária exigência para seu cumprimento. Como tantas outras, não vai emplacar. É uma pena.

13 dezembro 2008

Foto curiosa


O compadre Lívio em suas infinitas indas e vindas pelas estradas de nosso país, deparou com a cena acima e fez questão de fotografar para me mostrar. Um caminhão com a capa do Abbey Road, disco dos Beatles, impressa em sua parte de trás. Vê-se que é um trabalho bem-feito, de boa qualidade, usando a foto tradicional dos quatro atravessando a rua. No rodapé, há a inscrição de três títulos de músicas deles: "Hey Jude", "Let It Be" e "Yesterday."
Fico pensando aqui, um conjunto que se separou há quase 40 anos ainda continua fazendo fãs. E não há limites, até nas estradas pode-se ver essa paixão materializada.

12 dezembro 2008

Discurso de Gramado

Eu sou tímido. Tenho lembranças de quando era criança, ainda morando em São Paulo, da dificuldade que eu tinha em falar com os colegas e de fazer amizades. A mudança para Poços melhorou em alguns aspectos, pois eu tinha mais parentes lá e os jovens da minha idade me receberam muito bem. Luto contra a timidez. Depois que comecei a conviver com a Adriana, comecei a observar sua desenvoltura em conversar com as pessoas, mesmo as que ela nunca viu. Acho que melhorei um pouco, mas continuo tímido.

Nas aberturas dos nossos encontros, alguém tem que levar uma palavra de boas-vindas em nome da revista. Sempre sou eu. O Luciano, meu irmão, é mais tímido ainda e prefere não falar na cerimônia de abertura desses encontros. Sempre faço um discursinho e leio na frente de todos. Não tenho uma dicção perfeita e nem o dom da oratória de improviso. Mas, enfrento. Vou lá com meu papel e leio.

Abaixo, segue uma filmagem do Sandro Pagin, nosso fiel colega de A Recreativa, do discurso que fiz em Gramado, dia 20 de novembro passado. Dei uma engasgada ao ler a palavra "inenarrável", mas consegui.

No site da revista (www.recreativa.com.br) tem mais um vídeo e algumas fotos, para quem se interessar.

11 dezembro 2008

Hora de Música

Essa música é do Taiguara. Ele era uruguaio de origem. Suas músicas são bem melancólicas. Gosto muito de várias, mas destaco essa, que além de ter uma melodia agradável, tem uma letra muito significativa:




TEU SONHO NÃO ACABOU
(Taiguara)

Hoje a minha pele já não tem cor
Vivo a minha vida seja onde for
Hoje entrei na dança e não vou sair
Vem eu sou criança não sei fingir

Eu preciso, eu preciso de você
Ah eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você

Lá onde eu estive o sonho acabou
Cá onde eu te encontro só começou
Lá colhi uma estrela pra te trazer
Bebe o brilho dela até entender

Que eu preciso, eu preciso de você
Ah eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você

Só feche seu livro quem já aprendeu
Só peça outro amor quem já deu o seu
Quem não soube à sombra não sabe à luz
Vem não perde o amor de quem te conduz

Eu preciso, eu preciso de você
Ah eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você
Eu preciso, eu preciso de você
Nós precisamos, precisamos sim, você de mim eu de você

09 dezembro 2008

Tricolor de novo...

Quero deixar as minhas felicitações aos muitos amigos são-paulinos que tenho pela conquista do tricampeonato brasileiro. Acho que todos sabem da admiração que tenho pelo clube do Morumbi. Sua diretoria faz um trabalho formidável. A equipe nunca tem um elenco fraco, os jogadores têm todo apoio material, recebem em dia, têm à disposição os melhores equipamentos de recuperação física, etc... É um modelo que todas os grandes clubes deveriam seguir. É uma forma diferenciada de se gerir e enxergar o futebol.
O resultado é esse: há quase 20 anos que o São Paulo está sempre disputando as primeiras posições. E muitas vezes sendo vencedor. Acho até que estamos vivendo um momento histórico, não veremos tão cedo uma equipe ser tricampeã e ainda por cima com o mesmo técnico. E as chances de um tetra existem. Se nós, palmeirenses, flamenguistas, gremistas, etc. dermos bobeira ele levam!

08 dezembro 2008

Pensamento

Status é comprar o que não se quer,
Com dinheiro que não se tem,
E mostrar para gente de quem você não gosta,
Algo que você não é!


(P.S. 1 - Não consegui identificar o autor)
(P.S. 2 - Grato ao Zé Elias)

05 dezembro 2008

XI Encontro de Cruzadistas

Criamos um esquema grandão, de cerca de 6 x 2 metros, para que todos os participantes resolvessem um pedacinho dele. Foi um sucesso!

Chegou ao fim nosso XI Encontro Brasileiro de Cruzadistas. Pudemos rever os velhos amigos leitores de diversas partes do país. E também tivemos a chance de conhecer novos participantes, especialmente os do estado do Rio Grande do Sul. Tenho sempre uma ponta de orgulho quando vejo, reunidas, pessoas de lugares tão distantes, tão concentradas e silenciosas, resolvendo os passatempos que propomos nos concursos. Demonstra uma consideração e um respeito muito grande para com nossa pequena editora.
Tivemos um lamentável contratempo. Uma de nossas mais fiéis participantes teve uma parada cardíaca enquanto descansava na sexta-feira à tarde e veio a falecer. Foi um susto muito grande, pois durante os outros dez encontros, sempre alguém passa mal ou tem alguma indisposição, mas nunca havia tido nada tão sério. Ela se chamava Ermelinda, pequenina e agitada, estava sempre animada e de bom humor. Desta vez, estava acompanhada de duas filhas e um neto. Foi um choque para todos e lamentamos muito o ocorrido.

Pode-se ouvir uma mosca voar durante a realização das provas dos concursos de passatempos.

Mas, a festa teve que continuar. Expusemos a situação claramente para todos na manhã de sábado e com a conivência de suas filhas demos seqüência à programação. Elas disseram que a mãe dela gostava muito do evento e de todos nós e faria questão de que tudo corresse como programado.

A vencedora do concurso individual foi a sra. Márcia Farias, residente em Arroio do Sal, no Rio Grande do Sul.

Gostaria aqui de agradecer a todos que ajudaram nesse evento. É uma baita responsabilidade cuidar de tanta gente, em sua maioria da terceira idade, de lugares tão distantes. Obrigado à Jane, Dani e Anderson da Serrambi Turismo, de Recife. Ao Paulo Durante, um agradecimento especial, pois somente com todo seu empenho e dedicação conseguimos fazer um evento de tanto sucesso. Obrigado ao Pedro, Margareth, Luciano, Rubens, Jadson Araújo, José Roberto Brando e Paulo Sérgio pela atenção durante as provas e pela correção das mesmas. Benedito, nosso enfermeiro de plantão. Fanny, Flávia, Gabriel, Sandra, Bia, Tomás, Elena, Eleonora, Anna Cecília e Alice pela presença e suporte emocional. E especialmente, a minha querida esposa Adriana e ao meu amado filhote Marcelo que me deram respaldo e fizeram uma agradável companhia nessa viagem de 10 dias aos pampas.

04 dezembro 2008

Dois lados

Recebi por e-mail do amigo Lívio esse relato de um morador das áreas alagadas de Santa Catarina. É longo, mas muito interessante.

"Hoje 27 de novembro de 2008 o sol saiu e conseguimos voltar a trabalhar em Itajaí. A despeito de brincadeiras e comentários espirituosos normais sobre esta "folga forçada" a verdade é que nunca me senti tão feliz de voltar ao trabalho. Não somente pelo trabalho, pela instituição e pela própria tranqüilidade de ter aonde ganhar o pão, mas também por ser um sinal de que a vida está voltando ao normal aqui na nossa cidade.
Por mais que teorias e leituras mil nos falem sobre isso ainda é surpreendente presenciar como uma tragédia desse porte pode fazer aflorar no ser humano os sentimentos mais nobres e os seus instintos mais primitivos. As cenas e situações vividas neste final de semana prolongado em Itajaí nos fizeram chorar de alegria, raiva, tristeza e impotência. Fizeram-nos perder a fé no ser humano num segundo, para recuperá-la no seguinte.
Fez-nos ver que sempre alguém se aproveitará da desgraça alheia, mas que também é mais fácil começar de novo quando todos se dão as mãos. Que aquela entidade superior que cada um acredita (Deus, Alá, Buda, GADU, etc.) e da forma que cada um a concebe tenha piedade daqueles:
- Que se aproveitaram a situação para fazer saques em Supermercados, levando principalmente bebidas e cigarros;
- Que saquearam uma farmácia levando medicamentos controlados, equipamentos e cofres e destruindo os produtos de primeira necessidade que ficaram assim como a estrutura física da mesma.
- Que pediam 5 reais por um litro de água mineral.
- Que chegaram a pedir 100 reais por um botijão de gás.
- Que foram pedir donativos de água e alimentos nas áreas secas pra vender nas áreas alagadas.
- Que foram comer e pegar roupas nos centros de triagem mesmo não tendo suas casas atingidas.
- Que esperaram as pessoas saírem das suas casas para roubarem o que restava.
- Que fizeram pessoas dormir em telhados e lajes com frio e fome para não abandonar suas casas e terem elas saqueadas.
- Que simplesmente fizeram de conta que nada acontecia, por estarem em áreas secas.

Da mesma forma, que essa mesma entidade superior abençoe:
- Aqueles que atenderam ao chamado das rádios e se apresentaram no domingo no quartel dos bombeiros para ajudar de qualquer forma.
- Os bombeiros que tiveram paciência com a gente no quartel para nos instruir e nos orientar nas atividades que devíamos desenvolver.
- A turma das lanchas, os donos das lanchinhas de pescarias de fim de semana que rapidamente trouxeram seus barquinhos nas suas carretas e fizeram tanta diferença.
- À equipe da lancha, gente sensacional que parecia que nos conhecíamos de toda uma vida.
- Aos soldados do exército do Paraná e do Rio Grande do Sul.
- Aos bravos gaúchos, tantas vezes vítimas de nossas brincadeiras que trouxeram caminhões e caminhões de mantimentos.
- Aos cadetes da Academia da Polícia Militar que ainda em formação se portaram com veteranos. - Aos Bombeiros e Policias locais que resgataram, cuidaram , orientaram e auxiliaram de todas as formas, muitas vezes com as suas próprias casas embaixo das águas, muitas vezes famintos por não terem tempo nem de almoçar, outras vezes preocupados por estarem longe de suas esposas, namoradas, longe de seus amores, de seus filhos, abdicando disso tudo para salvar outras vidas...
- Aos Médicos, enfermeiras e demais profissionais voluntários.
- Aos bombeiros do Paraná que trabalharam ombro a ombro com os nossos.
- Aos Helicópteros da Aeronáutica e Exército que fizeram os resgates nos locais de difícil acesso.
- Aos incansáveis do SAMU e das ambulâncias em geral, que não tiveram tempo nem pra respirar.
- Ao pessoal do Helicóptero da Polícia Militar de São Paulo, que mostrou que longo é o braço da solidariedade.
- Ao pessoal das rádios que manteve a população informada e manteve a esperança de quem estava isolado em casa.
- Aos estudantes que emprestaram seus físicos para carregar e descarregar caminhões nos centros de triagem.
- Às pessoas que cozinharam para milhares de estranhos.
- Ao empresário que não se identificou e entregou mais de mil marmitex no centro de triagem.
- A todos que doaram nem que seja uma peça de roupa.
- A todos que serviram nem que seja um copo de água a quem precisou.
- A todos que oraram por todos.
- Ao Brasil todo, que chorou nossos mortos e nossas perdas.
- Aos novos amigos que fiz no centro de triagem, na segunda-feira.
- A todos aqueles que me ligaram preocupados com a gente.
- A todos aqueles que ainda se preocupam por alguém.
- A todos aqueles que fizeram algo, mas eu não soube ou esqueci.

Há alguns anos, numa grande enchente na Argentina um anônimo escreveu isto:

COMEÇAR DE NOVO:
Eu tinha medo da escuridão
Até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não resistia ao frio facilmente
Até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos
Até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era da periferia
Até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus
Até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta
Até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida
Até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura
Até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa
Até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não sabia cozinhar
Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras
Até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome
Até a gente se tornar todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio
Até ser ela que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes
Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos,
Agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política
Mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não tinha boa memória
Talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não te conhecia
Agora você é meu irmão
Tínhamos um rio
Agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus
Vamos começar de novo.
(Anônimo)

É hora de recomeçar, e talvez seja hora de recomeçar não só materialmente.
Talvez seja uma boa oportunidade de renascer, de se reinventar e de crescer como ser humano.
Pelo menos é a minha hora, acredito.
Que Deus abençoe a todos."

Luis Fernando Gigena (Itajaí-SC)

03 dezembro 2008

Mais Gramado

A foto não está muito boa, é só para ter uma idéia da árvore central da cidade.

Gramado está um espetáculo! Toda preparada para as festividades natalinas. A programação é intensa. São vários grandes espetáculos, alguns em locais grandes, creio que para mais de mil pessoas. Vários desfiles nas ruas do centro. Uma decoração espetacular, de cair o queixo mesmo. A Grande Parada de Natal é um desfile de primeira linha, com patinadores, carros enormes, bonecos, rica vestimenta e muito mais. Fiquei muito bem impressionado com a cidade.

O pessoal do comércio, bares e restaurantes é extremamente bem treinado e educado para atender às necessidades dos turistas. Tudo é pensado para agradar e encantar quem visita a cidade. E esse objetivo é plenamente cumprido. A cidade vai ficar cheia até janeiro por conta dessa promoção de Natal.

O Mini-Mundo traz umas réplicas fantásticas. Adorei esses pescadores.

Disseram-me, não tive confirmação oficial, que todas as construções da cidade têm que ser em estilo germânico e as grandes redes de alimentação, tipo McDonalds, Burger King, Giraffas, etc., não conseguem autorização para instalar suas lojas na cidade. Visando promover o consumo nos restaurantes da cidade e das comidas típicas.

Maiores informações aqui:http://www.natalluzdegramado.com.br/

01 dezembro 2008

De Volta...

Chegamos ontem à tardezinha. Muito cansados. Precisamos colocar muita coisa em ordem, afinal são 10 dias longe de casa e do escritório. Em breve postarei novas notícias e fotos da viagem e do Encontro.
Correu tudo bem. Já estamos pensando no próximo!

27 novembro 2008

Nova Petrópolis, Gramado e Canela

O Encontro de Cruzadistas começa efetivamente hoje, com os concursos e outras atividades. Chegamos anteontem à tardinha em Gramado e já fomos ver uma apresentação de Natal à beira do lago. Chama-se "Nativitaten" e é uma apresentação de luzes, fumaça, laser, jatos d'água, muita cantoria, velas, etc... Estava abarrotado, em plena terça-feira.

Ontem fomos a Canela e demos uma volta por Gramado. Já pudemos rever os amigos participantes do encontro, muitos deles que atravessam o Brasil para participar. A grande maioria é composta de pessoas de mais idade e que certamente demonstram um amor muito grande por nossa revista, ao deixar o conforto de seus lares e se deslocar por tantos dias Brasil afora.

Abaixo mais algumas fotos. Clique nelas se quiser, ampliá-las:
As delícias do café colonial de Nova Petrópolis.
O contraste da morenice da Adriana com a loirice alemã das atendentes.

A estrada entre Nova Petrópolis e Gramado é inteirinha cheia de hortênsias.


A cachoeira do Caracol é deslumbrante. A queda é muito alta, a água chega às pedras, lá embaixo quase sem força.

25 novembro 2008

Vale dos Vinhedos

Eu pensava que fosse achar a região bonita, mas tô surpreso. É realmente muito encantadora. Toda essa paisagem montanhosa e com vinhedos a perder de vista... Vou postar algumas fotos que tirei daqui, pode-se ampliar as fotos clicando nelas:

O Hotel fica no topo de uma colina. Ampla visão do vale.

As parreiras já estão com uns cachinhos. Em janeiro acontece a colheita.
Sempre tem algo pra estragar a paisagem.
É parreira pra todos os lados e uma igreja da cidade de Monte Belo do Sul ao fundo.
A organização da plantação é impressionante.

A Adega Miolo, bem em frente ao hotel.

23 novembro 2008

Porto Alegre

Foto de nuvem tirada de avião é manjada... mas, é sempre bonita.

A primeira impressão da capital gaúcha não foi muito boa, confesso. Pareceu-me uma cidade portuária envelhecida, daquelas que tiveram seu auge nos anos 60. Lembrou-me Santos, à primeira vista. Bastou uma manhã para essa impressão mudar. Ruas largas e limpas, povo educado, trânsito tranqüilo, uma certa calma no ar.

Vista do rio Guaíba, do quarto do hotel que ficamos.
Não há muito o que se ver na parte turística. Mas, a cultural é forte, muitos museus, exposições, shows, etc... Os táxis são relativamente baratos. Fizemos uma caminhada a pé pelo centro, muito boa, terminando no Mercado Municipal, uma enorme construção muito bem conservada. O bairro Moinhos de Vento é extremamente agradável, com muitos bares, restaurantes, sobrados, ruas arborizadas, etc... Muito bom.

Agora já estamos em Bento Gonçalves.... Depois segue o relato!

22 novembro 2008

Como sair dessa?

Elas são apaixonadas por mim:A Adriana está um pouco insatisfeita, mas...

Há dezenas de opções para quem quer brincar em www.photofunia.com

21 novembro 2008

Hora de Música



Não quero lhe falar, meu grande amor,
Das coisas que aprendi nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida de qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência e juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

20 novembro 2008

Rio Grande do Sul

Hoje, eu, a Adriana e o Marcelo estamos indo, para o Rio Grande do Sul. É minha primeira vez nesse estado. Vamos conhecer Porto Alegre, Bento Gonçalves e região e terminamos em Gramado, onde participaremos do XI Encontro Brasileiro de Cruzadistas.
É um evento anual que participamos em que se reúnem leitores de nossas revistas de todo o país. É uma delícia, apesar de ser muito desgastante.

Tentarei atualizar o blog quando possível.

19 novembro 2008

Enfeite do Iguatemi

Nunes, Marcelo, Elizeth e Maria Clara.

Um dos vários passeios que fizemos com Nunes e família foi visitar o enfeite de Natal do Shopping Iguatemi. É tradicional dar uma olhada lá, já que eles sempre colocam novidades. O ano passado não gostei muito não, mas esse ano está bem bacana. São muitos detalhes em contraste com figuras bem grandes, ladeadas por miniaturas de lojas antigas. E tem um trem cheio de brinquedos e presentes que atravessa todo o enfeite. Aos domingos à tarde, lota!!!

17 novembro 2008

Nunes em Sampa


Gosto muito de cultivar meus amigos. Mesmo que passe anos sem vê-los, sei que minha afeição a eles não diminui. Sempre procuro ter notícias e dar um 'alô'. Não com a freqüência que gostaria, mas sempre penso em todos.
Tivemos a satisfação de receber a visita do Nunes, da Elizeth, sua esposa, e da Maria Clara, sua filhota, esse fim de semana que passou. Foram dias muito agradáveis na companhia desses diletos amigos de Belo Horizonte. Passeamos e conversamos muito. O programa culminou com um almoço de domingo no restaurante Dona Lucinha, na companhia da própria.

11 novembro 2008

Hora de Música

Essa música é pura poesia. Romântica, sem ser melosa. Aqui na voz de Gal Costa.




AS ROSAS NÃO FALAM
(Cartola)

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me às rosas
Mas que bobagem as rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai...
Devias vir para ver os meus olhos tristonhos
E quem sabe sonhavas os meus sonhos por fim.

09 novembro 2008

Uma Derrota Triunfal

Recebi por e-mail da "Sintonia Fina", gravadora o Nélson Notta. Achei um texto muito oportuno e que aborda um tema recorrente quando se trata de norte-americanos; especialmente em seus filmes.

"Um dos aspectos mais detestáveis do "american way of life" é o culto incondicional aos que se dão bem na vida, aos aparentemente vencedores: o fundamentalismo de resultados. Ainda mais execrável é o seu complemento, o desprezo absoluto pelos perdedores, pelos fracos, pobres e pequenos, pelos "losers" que não conseguem dinheiro, poder ou felicidade. Ou tudo isso junto, e também beleza, que se tornou um bem de consumo.
Porque vencer a qualquer preço não é um valor civilizatório nem moralmente aceitável. É o equivalente capitalista dos comunistas justificando os meios pelos fins. Por isso, numa sociedade ultra-competitiva, mas legalista, democrática e republicana, os que usam atalhos ilegais para "chegar lá" estão em minoria e, se flagrados, são punidos.
Por outro lado, nem todos os "losers" são vítimas de sua própria fraqueza, ignorância ou preguiça. Muitos que são vistos como perdedores são apenas independentes, artistas, intelectuais, até políticos, que fazem o que querem, ou acham que devem, e pagam o preço, em dinheiro e tempo perdidos.
No Brasil, a tradição é desprezar os bem sucedidos. Aqui, o sucesso é ofensa pessoal, dizia Tom Jobim, vítima constante da inveja e do ressentimento provincianos. Aqui, há um vezo por cultuar perdedores, culpando a sociedade, "todos nós", por escolhas e fracassos individuais."

05 novembro 2008

Pra Pensar


"Mantenhamos os olhos nas estrelas e os pés no chão."






Theodore Roosevelt
pensador e político norte-americano (1858-1919)

04 novembro 2008

Foto fantástica

Tirei do blog do Fábio Seixas:
O fotógrafo Maurício Lima, da France Press clicou com incrível felicidade esse momento tão díspar: a alegria amarga de Massa no pódio e a vibração de Hamilton. Na mosca!

03 novembro 2008

Fórmula 1 em Sampa

Esse foi um final de semana diferente em São Paulo. A cidade respirou Fórmula 1. Durante a semana já se sentia algumas alterações no ritmo da cidade. Mais helicópteros passando, portas de hotéis movimentadas, trânsito um pouco complicado. Mas, no sábado, a cidade ferveu.
Para todos os lados via-se camisetas e bonés da Ferrari. Bares e restaurantes lotados. Tráfego aéreo intenso. É um evento que movimenta milhões de reais mesmo. Segundo a Vejinha, cada turista deixa mais de 600 reais na cidade. E de cada 10 pessoas que vão ao autódromo, 7 são turistas, muitos deles estrangeiros.
Os shoppings estavam abarrotados, no sábado. No domingo, fomos almoçar um pouco mais tarde, umas 14 horas, na companhia do irmão Luciano, no Shopping Morumbi. Estava às moscas. É impressionante como esse evento esportivo chamou a atenção da população em geral. Até quem estava trabalhando na hora da corrida, parecia estar com a atenção voltada para outra coisa. Foi só a corrida acabar, para o movimento voltar a ser intenso.

02 novembro 2008

De volta

Não posso deixar passar a oportunidade de parabenizar meus amigos corintianos pelo retorno a série A do Campeonato Brasileiro. Já passou o pesadelo. Anos e anos de descaso e descuido de boa parte dos dirigentes de nossos clubes fazem a torcida ter que passar por momentos complicados.
Agora é bola pra frente...

01 novembro 2008

Lingerie Chipada

Caso alguém não tenha lido o comentário do amigo Nunes ao post Cachorros Chipados, reproduzo abaixo a interessante matéria do Estado de Minas que ele nos enviou:

"Prezado Mussolin.
Você pensou que isso só seria em animal irracional? Veja o texto abaixo.


GPS ESPARTILHO

Na onda do GPS (Sistema de Posicionamento Global por Satélite) nem mesmo as roupas íntimas escapam. A novidade saiu de Minas Gerais, mais precisamente de Juruaia, pólo de confecções no Sul de Minas, e foi lançada em São Paulo, em evento recente.
A Lindelucy, especializada em lingerie, associou-se à FindMe Sistemas de Rastreamento, fabricante paulista de dispositivos de localização e o resultado da parceria é um produto que pode ser posto no modelo de um espartilho. Custa, para quem quiser ter o prazer da brincadeira, uma pequena bagatela: de R$ 1.750 a R$ 2,5 mil.
Mas atenção, desconfiados de plantão! Maridos e namorados que pensam em, a partir de agora, fiscalizar e acompanhar cada passo da mulher, estão muito enganados. Primeiro, porque somente elas podem encomendar e adquirir a peça e, segundo, porque a mulher só é localizada se quiser – o chip pode ser ligado e desligado a qualquer momento. Além disso, a dona do mimo cria uma senha e, logicamente, só a informa para a pessoa que deseja. A partir daí a localização é baseada na latitude, longitude e altitude, consultadas no site da empresa responsável pelo produto.
A criadora da lingerie tecnológica, Lúcia Iorio, afirma que a primeira impressão das clientes é de que perderão a liberdade ao usar o artefato na peça íntima. Mas, depois de conhecerem e saberem como funciona, ficam curiosas. “Elas acham interessante e até engraçado terem o controle da situação”, conta. A idéia da fabricante foi muito mais fazer uma brincadeira do tipo “gato e rato” ou até mesmo promover encontros- surpresa entre casais. O GPS na lingerie facilitaria a vida do parceiro que quer encontrar a amada onde ela esteja. E isso sem precisar procurar muito.
Do tamanho de uma caixa de fósforo, o aparelho tem uma bateria que dura cerca de 15 horas e ainda um dispositivo que funciona como chamada de emergência, que pode ser acionado se a pessoa estiver em pânico, por exemplo, no caso de um roubo. Ao ativar esse comando, o dispositivo envia mensagens de minuto a minuto para cinco pessoas, que são cadastradas pela usuária no sistema, avisando sobre o problema e o lugar onde está a vítima. “O rastreador já era usado para monitorar carros, bicicletas e até mesmo cachorros. Agora nós o adaptamos para que ele fosse usado na lingerie”, afirmou."

Nunes"

31 outubro 2008

Palestra!!!

Fui com o Marcelo e o seu Claudine no Palestra Itália, na última quarta. O seu Claudine é o dono do apartamento onde moramos aqui em São Paulo. É um senhor muito bacana e fazia tempo que combinávamos de ir ver um jogo juntos. Ele até deu uma camiseta daquelas amarelonas, de Natal, para o Marcelo.

Fomos ver Palmeiras e Goiás. Ganhamos apertado de 1 a 0. Eu gosto de estádio e lá no Palestra tem um esquema muito bom para o Marcelo, que já expliquei aqui uma vez. É uma tribuna especial para deficientes físicos.

Ontem, tinha alguns em cadeiras de rodas, muletas, um surdo-mudo e 2 cegos (ou deficientes visuais, para os politicamente corretos), que eram os mais vibrantes. Gritaram e xingaram o tempo todo, ouvindo o jogo pelo rádio e sentindo as grandes vibrações a torcida transmite. É de se admirar o empenho e a força de vontade que move essas pessoas.

29 outubro 2008

Cachorros 'chipados'

Acho que já existe há algum tempo, mas só tomei conhecimento hoje. Os donos de animais de estimação podem colocar um microchip em seus bichinhos queridos com o intuito de facilitar sua localização por GPS na eventualidade de ele desaparecer.
O chip tem o tamanho de um grão de arroz e é facilmente implantado sob a pele da nuca do animal por meio de uma injeção. É rapidíssimo, custa R$ 120,00 e a rede é mundial, ou seja, se você perder seu bichinho no Japão ou no Canadá, ele poderá ser rastreado. Acho que só na Coréia que a chance de voltar a vê-lo diminui muito....

Maiores informações: www.petlink.net/brasil
E será que vai demorar para chegar esses chips para humanos? Maridos e esposas ciumentas, pais que querem saber onde estão seus filhos na balada, empresários seqüestráveis, etc. Há muitas aplicações. Não haveria necessidade de título de eleitor, CPF, RG, etc.... Todas suas informações relevantes estariam implantadas sob sua pele.
Tenho até medo de pensar que isso pode acontecer num futuro breve.

28 outubro 2008

Rodoviária

Fui no domingo cedo levar minha sogra na rodoviária para ela pegar o ônibus de volta para Poços, onde meu sogro a esperaria para levá-la para Caldas. É um local digno de análise. Surpreendentemente limpa, organizada e bem sinalizada. Tudo parece funcionar bem. O metrô pára praticamente dentro dela.
Chama a atenção também que a rodoviária é uma atração turística para uma certa camada da população paulista. É comum ver famílias inteiras, vôs, vós, pais, mães, crianças, tios e tias indo se despedir de algum parente. Vira um passeio mesmo. As crianças saem com um sorvete, os mais velhos compram uma revista ou alguma quinquilharia.
Gente também chega. Percebe-se que muitos vêm em busca de seu sonho de arranjar um emprego e melhorar de vida. Malas improvisadas, sacolas, sacos, embrulhos, cestas... vê-se de tudo. E, de certa forma, aqui é o lugar certo para isso mesmo. São Paulo oferece muitas oportunidades.
Uma curiosidade: eu não sabia que a Viação Cometa oferecia uma sala vip para seus passageiros ficarem esperando a hora do embarque. Ar-condicionado, água, confortáveis assentos, jornais do dia, café, cabines telefônicas... Sim, muito chique.

27 outubro 2008

Hora de Música

Essa música de Chico Buarque, faz parte do disco "Meus Caros Amigos". Acho a letra dela muito bem construída, com rimas riquíssimas e uma história sólida em seus versos. É uma verdadeira aula de história.





MULHERES DE ATENAS
(Chico Buarque)

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas

Quando amadas se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas, cadenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Guardam-se pros seus maridos
Poder e força de Atenas

Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas

Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas, Helenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas

Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
Têm medo apenas
Não tem sonhos, só tem presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas, morenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Heróis e amantes de Atenas

As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas, não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
As suas novenas
Serenas

Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos
Orgulho e raça de Atenas

23 outubro 2008

A Star is Born

Sei que ando meio 'coruja' demais. Mas, gostaria de compartilhar esse vídeo com todos. Achei muito bacana, apesar da baixa qualidade da imagem. Afinal foi filmado com um celular.
É rapidinho, dura 37 segundos apenas.

Marcelo tirando um som de sua gaita.

22 outubro 2008

Beatlemania


Todos sabem que não sou de tentar influenciar ninguém. O Marcelo adora essa camiseta, de livre e espontânea vontade!!!

21 outubro 2008

Nomes estranhos

Tem coisa que acontece com a gente que parece mentira. Essa aconteceu comigo na sexta passada.
Recebi uma carta do Unibanco dizendo que eu teria que comparecer à agência de Poços para atualizar meu cadastro. Como essa conta eu tenho desde a época do Banco Nacional e uso muito pouco, achei que realmente deveria estar com os dados desatualizados.
Chegando lá, fui procurar a SKELLEN, conforme dizia a carta. Ela estava em horário de almoço. Fui orientado a falar então com a WELLITA que disse que eu deveria subir ao primeiro andar e procurar a GÉFICA!!!! Tudo ok... problema resolvido.
Nada contra, são moças muito simpáticas e atenciosas. Mas, seus nomes são, no mínimo, diferentes. Além disso, recentemente eu li no jornal que foi publicado um trabalho científico dizendo que pessoas com nomes ou sobrenomes diferenciados têm mais chance de alcançar sucesso profissional. As meninas estão no caminho certo.

20 outubro 2008

Letra e Música

Descobri há pouco tempo que existe um recurso que permite o leitor do meu blog escutar uma música enquanto lê um post. Há uns tempos, coloquei a letra de duas músicas que acho interessantes mas, não consegui fazer essa sincronia. Vou recolocar os dois posts já com a música para que os interessados possam ouvi-las.
Pretendo colocar pelo menos uma vez por semana uma música que eu goste com a respectiva letra nesse blog. Apesar de minha alma roqueira, vou postar apenas músicas brasileiras. Pode até ser um rock, mas quero valorizar nosso idioma que é riquíssimo em letras e músicas brilhantes.
Seguem os dois posts que citei acima:
http://mussolin.blogspot.com/2008/05/por-quem-os-sinos-dobram.html
e
http://mussolin.blogspot.com/2007/06/cidado.html

17 outubro 2008

DuoFel

A simpatia do Luis (de óculos) contagiou todos nós.

Fui com o Marcelo assistir à apresentação do DuoFel no bar Ao Vivo, em Moema. Eles estão fazendo um trabalho meio que para se se divertir, tocando apenas Beatles. O pouco que conheço do trabalho deles dá para saber que são sérios, mais eruditos que populares, com vasta experiência em shows no exterior.

A casa é bem aconchegante, pequena, comporta até 100 pessoas. Encontrei com meu amigo Júlio lá, o famoso 'Joolyn', grande conhecedor de música e, especialmente, de Beatles. O clima é ótimo, todos próximos, mas sem aperto. Boa visão do palco, som excelente, serviço eficiente e preço justo. Mas, o melhor de tudo foi a apresentação da dupla. O Fel, vem de 'FErnando e Luis'.

Um pouco antes de começar a apresentação, o Luis estava andando pelas mesas e juntou-se a nós 3 para um rápido bate-papo. Muito gentil e falante, mostrou um carinho especial pelo Marcelo. Tirou fotos conosco e disse que tinha um irmão 'na linha do Marcelo'. Mesmo sem tê-los ouvido, já tinha ficado com uma boa impressão deles.

Mas, o melhor ainda estava por vir. A execução das músicas dos Beatles foi primorosa. Uma combinação perfeita de violões, viola e um outro de 4 cordas que não sei o nome. Suas versões mesclam lirismo e virtuosismo. Sentimento e energia. São 30 anos de carreira, eles são tecnicamente perfeitos.

Entre as músicas, eles contaram histórias, algumas muito marcantes. O Luis disse na introdução de 'In My Life' que ele tocava muito essa música na adolescência e que seu irmão, hoje falecido, cantava. E que ele faria aquela música com a alma. Foi um êxtase. A canção já é poderosa e a execução deles arrancou lágrimas da platéia.

Fernando contou de como ficou conhecendo os Beatles no sertão de Alagoas, ainda ouvindo uma Sonata. Fizeram até uma analogia de algumas canções deles com a música sertaneja.

Uma das histórias mais curiosas diz que o Egberto Gismonti falava que os Beatles eram meros copiadores do Quarteto Novo, que era composto por Heraldo Do Monte, Airto Moreira, Hermeto Pascoal e Téo de Barros. Segundo Luis, os Beatles adaptaram o toque da viola de Heraldo para o violão de 12 cordas. Que viagem...

A idéia deles era fazer uma apresentação mais próxima do público, sentir a energia das pessoas mais de perto. Uma coisa mais relaxada e agradável. A troca era evidente. Todos na casa sentiram a força que emanava do palco e eles puderam receber a emoção que a platéia transmitia.

E o Luis ainda fez uma homenagem ao Marcelinho, dedicando a música 'Eleanor Rigby' para ele. Fez uma introdução longa, contando sobre seu irmão, os Beatles, a alma das pessoas e ainda acabou citando o Marcelo várias vezes. Não preciso nem dizer a emoção que tomou conta do 'papai' aqui....

Nunca vi nada igual. Inesquecível!!!!

15 outubro 2008

Aquário...

Os pingüins são sempre muito procurados pelos visitantes.

Fazia tempo que eu não ia a um aquário. Para falar a verdade, eu havia prometido que não voltaria em um, desde minha visita ao do Guarujá. Não sei o que é exatamente, mas acho que fico com pena dos bichos presos, inertes. Em sua maioria, com uma aparência tão triste. Fico meio angustiado nesse ambiente. A mesma coisa acontece em zoológicos.

Mas, estávamos sem opção de passeios nesse último sábado e achei que o Marcelo fosse gostar de conhecer o reformado Aquário de São Paulo, no Ipiranga. Ele até que achou bom no começo. No fim, não estava mais prestando atenção nos bichos. O local tem seus atrativos, tipo um chão de vidro com os peixes passando por baixo, um ambiente simulando um submarino, com água e peixes por todos os lado, até por cima da cabeça. Há também um setor escuro com uns esqueletos de dinossauros, num clima pré-histórico.

Espero demorar um bom tempo antes de ir a um aquário novamente.

14 outubro 2008

Padaria de primeira


No último domingo, fomos conhecer a padaria Benjamin Abrahão, considerada uma das melhores da capital paulista. De fato, é um lugar belíssimo, com aspecto asséptico, tudo limpinho, atendimento de primeira e produtos de dar água na boca. Comemos apenas um lanche na parte de cima, onde uma enorme varanda com vasos cria um ambiente muito acolhedor.

Quem quiser ver mais pode acessar o site de lá: http://www.benjaminabrahao.com.br/

13 outubro 2008

Devaneio político

O que é melhor para uma prefeitura de uma cidade média, como Poços e tantas outras do Brasil afora: um secretariado de confiança do prefeito ou um secretariado profissional, mais técnico, que pode, eventualmente, receber por produtividade? Administrar uma cidade como uma família ou com uma empresa?

Tenho minhas dúvidas. Tradicionalmente, monta-se um secretariado de pessoas de confiança, agradando aos partidos coligados. Ele convida pessoas da comunidade interessadas em servir à cidade, de uma forma quase abnegada. Não é qualquer empresário ou comerciante que vai abdicar de sua vida privada para agüentar os tormentos de um serviço público. E, em alguns casos, receber menos do que ganharia em seu mister habitual.

As secretarias de prefeituras assim são como entidades com vida própria. São compostas por servidores municipais com estabilidade. Quem é o estranho na secretaria é o próprio secretário. Por mais que ele chegue cheio de idéias e boa vontade, tudo só sairá do papel se esses servidores, que em sua maioria estão nos cargos há tempos, deixarem. É muito comum, vermos um secretário boicotado por seus comandados. Basta ele querer desmontar um esquema ou tentar esclarecer certos pontos obscuros, que passa a ser vítima de insubordinações.

Ao mesmo tempo, se o prefeito monta um secretariado mais técnico ele acaba atraindo pessoas que nem sempre são envolvidas emocionalmente com a cidade. Em Poços mesmo temos casos recentes disso. São secretários profissionais, mas que correm o mesmo risco de boicote. Aliás, acho até que correm mais risco, já que poucos são da cidade. Por não serem de 'confiança' do prefeito, podem trazer práticas viciadas de experiências anteriores e aplicar métodos estranhos à prática usual da Prefeitura.

Eu, pessoalmente, ainda prefiro o sistema antigo, com gente de confiança. Mas, tem que ser pessoas com gabarito, independente a que partido pertençam. Afinal, o que se procura é o melhor para a cidade como um todo, não para grupos isolados.

Sei que essa minha abordagem pode parecer simplista. Não sou muito de conversar sobre política, mas penso muito nela. Tenho minhas opiniões. Convicções mesmo eu as perdi. Não defendo mais ideais nessa área.

11 outubro 2008

Dia de Eleição

Para mim, o dia de eleição vai muito além do dever cívico. É um evento social. No último domingo, estive na escola onde voto e na qual trabalhei como presidente de mesa por algumas vezes. Encontrei amigos que não via há tempos, fui abordado por candidatos a vereador conhecidos e até pelo prefeito que veio a ser eleito.
Conversa-se com um, brinca-se com outro. Fica-se sabendo de notícias e especulações. Uma delas dá conta de que Poços está mexendo os pauzinhos para receber uma das seleções que virão disputar a Copa do Mundo de Futebol, em 2014. A idéia é que a equipe faça lá seu período de adaptação, antes do início dos jogos. Não custa sonhar.
Encontra-se até com umas figuras bem peculiares. Eu estava conversando com o Lelo, ex-professor meu de Educação Física no Polivalente e membro atuante da Secretaria de Esportes, quando um senhor, conhecido dele, aproximou-se. E começou a contar o caso:
— Outro dia passei com minha mulher por Ipuiúna e ela comentou comigo: "Eta povinho feio, hein? O pessoal daqui é encardido, parece que não toma banho". Eu disse pra ela que grande parte daquele pessoal era lavrador, ficava o dia inteiro trabalhando nas roças e tal. Seguimos viagem e chegamos em Belo Horizonte. Fomos numa festa à noite e não é que chegou uma senhora para minha mulher dizendo que a conhecia e depois de algumas tentativas de tentar lembrar de onde, disse pra ela: "Por acaso você é de Ipuiúna?". Ela queria morrer, não sabia onde enfiar a cara....

10 outubro 2008

Belo poema

Sugestão de Paulo Durante. Aprovada pela diretoria:
Poeta israelense (1924-2000)

NOSSA HISTÓRIA
Yehuda Amichai

Na história de nosso amor, um foi sempre
Uma tribo nômade, outro uma nação em seu próprio solo.
Quando trocamos de lugar, tudo tinha acabado.
O tempo passará por nós, como paisagens
Passam por trás de atores parados em suas marcas
Quando se roda um filme.
As palavras
Passarão por nossos lábios, até as lágrimas
Passarão por nossos olhos.
O tempo passará
Por cada um
O tempo passará
Por cada um em seu lugar.
E na geografia do resto de nossas vidas,
Quem será uma ilha e quem uma península.
Ficará claro pra cada um de nós no resto de nossas vidas
Em noites de amor com outros.


09 outubro 2008

Mais dr. Miguel

Aquele médico que operou o Marcelo em julho, dr. Miguel Srougi, deu uma entrevista bacana para a revista Poder, da Joyce Pascowitch. Achei até estranho ele se expor assim. Ele me parece uma pessoa tão recatada, discreta. Já escrevi sobre ele aqui, mas resolvi botar o link da entrevista para quem quiser saber mais sobre esse médico, cuja ação vai muito além do conhecimento científico. É só clicar aqui ou na imagem abaixo:

Somos fãs desse cara aqui em casa!!!

Destaco um trecho da entrevista:"Os verdadeiros templos na Terra são os hospitais – não as igrejas. Nas igrejas tem muito ouro, riqueza. Aqui não, você conhece o sofrimento, o valor da existência humana. Os orgulhosos e os soberbos ficam humildes, ricos e pobres são iguais; os ruins, os autoritários e os maldosos se tornam condescendentes".

08 outubro 2008

São Paulo, por Washington Olivetto

"Alguns dos meus queridos amigos cariocas têm mania de achar São Paulo parecida com Nova York.
Discordo deles. Só acha São Paulo parecida com Nova York quem não conhece bem a cidade. Ou melhor, quem a conhece superficialmente e imagina que São Paulo seja apenas uma imensa rua Oscar Freire.
Na verdade, o grande fascínio de São Paulo é parecer-se com muitas cidades ao mesmo tempo e, por isso mesmo, não se parecer com nenhuma.
São Paulo, entre muitas outras parecenças, se parece com Paris no Largodo Arouche, Salvador na Estação do Brás, Tóquio na Liberdade, Roma ao lado do Teatro Municipal, Munique em Santo Amaro, Lisboa no Pari, com o Soho londrino na Vila Madalena e com a pernambucana Olinda na Freguesia do Ó.
São Paulo é um somatório de qualidades e defeitos, alegrias e tristezas, festejos e tragédias. Tem hotéis de luxo, como o Fasano, o Emiliano e o L'Hotel, mas também tem gente dormindo embaixo das pontes.
Tem o deslumbrante pôr-do-sol do Alto de Pinheiros e a exuberante vegetação da Cantareira, mas também tem o ar mais poluído do país. Promove shows dos Rolling Stones e do U2, mas também promove acidentes como o da cratera do metrô e o do avião da TAM em Congonhas.
São Paulo é sempre surpreendente. Um grupo de meia dúzia de paulistanos significa um italiano, um japonês, um baiano, um chinês, um curitibano e um alemão.
São Paulo é realmente curiosa. Por exemplo: tem diversos grandes times de futebol, sendo que um deles leva o nome da própria cidade e recebeu o apelido 'o mais querido'. Mas, na verdade, o maior e o mais querido é o Corinthians, que tem nome inglês, fica perto da Portuguesa e foi fundado por italianos, igualzinho ao seu inimigo de estimação, o Palmeiras.
São Paulo nasceu dos santos padres jesuítas, em 1554, mas chegou a 2007 tendo como celebridade o permissivo Oscar Maroni, do afamado Bahamas.
São Paulo já foi chamada de 'o túmulo do samba' por Vinicius de Moraes, coisa que Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e Germano Mathias provaram não ser verdade, e, apesar da deselegância discreta de suas meninas, corretamente constatada por Caetano Veloso, produziu chiques, como Dener Pamplona de Abreu e Gloria Kalil.
São Paulo faz pizzas melhores que as de Nápoles, sushis melhores que os de Tóquio, lagareiras melhores que as de Lisboa e pastéis de feira melhores que os de Paris, até porque em Paris não existem pastéis, muito menos os de feira.
Em alguns momentos, São Paulo se acha o máximo, em outros um horror. Nenhum lugar do planeta é tão maniqueísta.
São Paulo teve o bom senso de imitar os botequins cariocas, e agora são os cariocas que andam imitando as suas imitações paulistanas.
São Paulo teve o mau senso de ser a primeira cidade brasileira a importar a CowParade, uma colonizada e pavorosa manifestação de subarte urbana, e agora o Rio faz o mesmo.
São Paulo se poluiu visualmente com a Cow Parade, mas se despoluiu com oProjeto Cidade Limpa.
Agora tem de começar urgentemente a despoluir o Tietê para valer, coisa que os ingleses já provaram ser perfeitamente possível com o Tâmisa.
Mesmo despoluindo o Tietê, mantendo a cidade limpa, purificando o ar, organizando o mobiliário urbano, regulamentando os projetos arquitetônicos, diminuindo as invasões sonoras e melhorando o tráfego, São Paulo jamais será uma cidade belíssima. Porque a beleza de São Paulo não é fruto da mamãe natureza, é fruto do trabalho do homem.
Reside, principalmente, nas inúmeras oportunidades que a cidade oferece, no clima de excitação permanente, na mescla de raças e classes sociais.
São Paulo é a cidade em que a democratização da beleza, fenômeno gerado pela miscigenação, melhor se manifesta.
São Paulo é uma cidade em que o corpo e as mãos do homem trabalharam direitinho, coisa que se reconhece observando as meninas que circulam pelas ruas.
E se confirma analisando obras como o Pátio do Colégio (local de fundação da cidade), a Estação da Luz (onde hoje fica o Museu da Língua Portuguesa), o Mosteiro de São Bento, a Oca, no Parque do Ibirapuera, o Terraço Itália, a Avenida Paulista, o Sesc Pompéia, o palacete Vila Penteado, o Masp, o Memorial da América Latina, a Santa Casa de Misericórdia, a Pinacoteca e mais uma infinidade de lugares desta cidade que não pode parar, até porque tem mais carros do que estacionamentos.
São Paulo não é geograficamente linda, não tem mares azuis, areias brancas nem montanhas recortadas.
Nossa surfista mais famosa é a Bruna, e nossos alpinistas, na maioria, são sociais.
Mas, mesmo se levarmos o julgamento para o quesito das belezas naturais, São Paulo se dá mundialmente muito bem por uma razão tecnicamente comprovada. Entre as maiores cidades do mundo, como Tóquio, Nova York e Cidade doMéxico, em matéria de proximidade da beleza, São Paulo é, disparado, a melhor.
Porque é a única que fica a apenas 45 minutos de vôo do Rio de Janeiro. O mais importante é que com essa distância nenhuma bala perdida pode alcançar São Paulo!"

Washington Olivetto é paulista, paulistano e publicitário.