16 outubro 2007

Tropa de Elite: uma opinião

Pedi ao sobrinho Rubens que escrevesse sobre o filme "Tropa de Elite", de José Padilha, que ele assistiu no último domingo. Selecionei alguns trechos de sua inflamada opinião:

"Sucesso nacional nascido na informalidade dos camelôs e que conta a rotina e a intimidade do BOPE, o Batalhão de Operações Especiais da PM do Rio de Janeiro, especializado em confrontos urbanos. Confesso, que fui com grandes expectativas e imaginava que iria me decepcionar por isso. Pra começar, é interessante situar a todos, fui assisti-lo no cine Bristol da avenida Paulista, local onde com freqüência vê-se jovens, na sua maioria universitários, fumando um beck ou mesmo cheirando 'uma carreirinha'."

"Parafraseando a crítica da revista Veja desta semana, "Tropa de Elite" é a primeira obra da filmografia nacional a tratar bandido como bandido e o mais assustador de tudo, tratar todos os usuários de droga como grandes responsáveis e sócios do crime organizado. Estes dois personagens, o bandido e o usuário, são muito comuns no nosso país. Pois então, esta é a chave, as pessoas se sentiram ultrajadas, agredidas, porém a realidade posta na tela impede que haja qualquer reação contra os métodos utilizados, mostra a realidade nua e crua do Brasil. Claro, que há um abuso exacerbado da violência, pelo líder, agora herói nacional, comandante Nascimento, porém, plenamente justificável pela já célebre frase dita pelo mesmo logo no início do filme “Para ser policial no Rio de Janeiro, existem apenas 3 alternativas, ou você se corrompe, ou se omite ou parte para a guerra”, e foi a terceira opção a escolhida por ele, e isto o faz, devido as circunstâncias, um herói."

"Em outra passagem, logo ao chegarem no morro, a equipe do BOPE chega atirando e atinge um usuário que estava fumando um, e logo em seguido pega um estudante que também estava queimando e tortura-o para arrancar informações. Nesta passagem, o comandante Nascimento questiona o menino se ele sabia quem havia matado seu amigo, o menino assustado diz que não e após muita insistência diz que havia sido a tropa, mas o comandante é muito claro e enfático ao dizer “Você errou, quem matou seu amigo foram vocês. Vocês que financiam isso aqui, a gente sobe no morro pra desfazer as c* de vocês!”, essa frase passa uma mensagem muito clara, e que se analisando friamente, é a mais pura realidade."

"Creio que esse filme seja um grande início para talvez haver uma conscientização maior do egoísmo de se queimar um, sem pensar nas conseqüências. É interessante pensar que cada vez que você compra um tijolo ou algo do tipo, você está colocando uma arma na mão de uma criança. Esta pra mim foi a mensagem principal do filme, fora isto, pesquisei bastante sobre o BOPE e minha opinião é muito clara, são heróis, uma rara ilha nesse país sem lei."

Rubens tem 22 anos. Esta é sua opinião. Deu vontade de ver logo o filme!!!

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