20 junho 2007

Nos faróis

Uma das coisas que mais mexe comigo são as pessoas pedindo nos faróis. Têm alguns que você vê na cara que são picaretas, mas têm uns que dão dó mesmo. Por mais que as pessoas falem pra gente não ajudar, tem hora que dá uma vontade de conversar e saber o que está acontecendo. Deve ser a formação católica....
O pior são as crianças. Têm uma duplinha de irmãos que vende balas e chicletes numa esquina que passo sempre que são bonitinhos. Dentes bons, sorriso fácil, olhos espertos. Tenho sempre vontade de ajudá-los, mas outro dia descobri a mãe deles, bonachona, esparramada comendo bolachas perto de um poste. Pelo que a gente ouve por aí, ela fica sentada esperando os filhos pedirem e levarem a grana para ela contabilizar. Não sei se é assim mesmo. Mas, tudo leva a crer que sim. E os dois ziguezagueando por entre os carros.
Já vi assistentes sociais conversando com ela, mas acho que não tá dando resultado. Eles estão todo dia lá.
Eu me propus a não dar moedas a ninguém. Mas, outro dia dei um trocado com gosto. Era um artista de rua imitando o Chaves... Saindo do barril e tudo, vestido igualzinho e falando as expressões características dele. O Marcelo adorou!!
Dar ou não dar? Esse dilema me causa um transtorno interno violento. Não dá pra fechar os olhos. Mexe demais com a gente. É um sentimento antagônico difícil de lidar. Já decidi que não ajudo mais, mas é difícil...

2 comentários:

  1. Esse é meu marido!!!
    Como pode existir uma pessoa tão generosa assim?

    Beijos,
    Esposa

    ResponderExcluir
  2. Não sei como anda a nossa Poços de Caldas hoje, mas nos idos dos anos 70, havia uma placa bem na entrada da cidade dizendo "Não dê esmolas - Ajude o S.O.S (Serviços de Obras Sociais). E realmente, não me lembro de ver mendigos e pedintes (naquele tempo) nas ruas. O negócios e contribuirmos mesmo para instituições mais credenciadas do que a "rua".
    Parabéns pelo blog
    Uchida

    ResponderExcluir