24 julho 2008

Camaleão humano

Índio: Uma das transformações de Zelig.

Um dos filmes que muito marcou a minha juventude foi "Zelig", de Woody Allen. Assisti apenas uma vez, logo que foi lançado, em 1983. Agora, 25 anos depois, consegui uma cópia e pude revê-lo. É impressionante como as sensações podem ser revividas. Tive exatamente as mesmas.
É um falso documentário sobre um indivíduo que toma as características do ambiente onde está, nos anos 20. Por exemplo, se ele vai a um restaurante chinês, ele vai ficando com os olhos puxados, pele amarelada, começa a falar o idioma deles. Se ele vai a um clube de jazz, começa a tocar algum instrumento, fica com a pele escurecida e assim por diante, engorda, vira psicanalista, rabino e muito mais.
Tudo em preto e branco, misturando imagens originais da época e outras produzidas por Woody. Lembro-me que esse filme marcou uma onda de 'falsificações' de cenas. Até o Jô Soares utilizou esse recurso na apresentação de seu programa na Globo. Ele aparecia em cenas históricas, como se houvesse participado efetivamente delas. Só que Woody leva isso a sério e faz um filme inteiro mesclando realidade e ficção. É simplesmente fantástico, na minha opinião. Afinal, todos somos um pouco "Zelig", mudando um pouco de atitude conforme o ambiente, assimilando posturas que não são nossas. Dá para viajar muito em cima desse tema...

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