12 setembro 2008

Mão-de-obra

Coincidentemente, nesse último final de semana, três conversas ficaram martelando minha cabeça. O assunto, casual, era mão-de-obra. A primeira foi com o cunhado Gabriel. Ele está penando para conseguir alguém que trabalhe no sítio onde ele está plantando oliveiras, em Pocinhos do Rio Verde. Já há alguns meses, ele vem tentando contratar uma pessoa para auxiliá-lo, que será registrada e receberá regularmente um salário combinado. Não encontra. Alguns querem trabalhar apenas por empreita, outros por dia.
Já o fazendeiro de café, o amigo André, diz que na época da colheita, o que está salvando os plantadores de nossa região são os aposentados e aposentadas de meia-idade. Isso que ele emprega apenas pessoas que aceitem ser registradas. Mesmo assim, os problemas trabalhistas são inúmeros.
E o terceiro bate-papo foi com a empregada da minha mãe, a Silvana. Ela estava comentando que hoje em dia, as meninas não aprendem mais a fazer os serviços domésticos. Ou seja, lavar, passar, limpar, cozinhar, etc... "Elas só querem saber de cursos de informática, de inglês, de trabalhar no coméricio e de mexer em celular", diz ela.
Em suma, analisando as 3 conversas, concluo que os jovens estão buscando um futuro diferente de seus pais e avós. Estão procurando voltar seu aprendizado para áreas mais técnicas, investindo numa carreira que possa lhes render um horizonte mais amplo. Não acho errado, mas e como fica a mão-de-obra não-especializada? Quem vai suprir essa carência? As pequenas cidades e a zona rural estão ficando apenas para as pessoas acima dos 50 anos... Quem tem mais energia para trabalhar está fugindo para os centros urbanos maiores e com mais chance de futuro. Estamos passando por uma fase de mudanças nesse aspecto. Só o tempo vai dizer como vai isso vai acabar.

4 comentários:

  1. Concordo com você Dri, são sei bem onde vamos parar. Em relação à mão de obra, demorei três meses para conseguir um pintor para a minha casa. Os dois primeiros, a diferença de preço foi grande, mas a disponibilidade para começar somente em dois mese. O terceiro o valor cobrado foi razovel, mesmo assim tô aguardando por trinta dias quando ele vai poder iniciar.
    Abração
    Edson Reis

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  2. Prezado Mussolin.

    Há dois meses prograei férias dos funcionários do condomínio.

    Qual não foi a minha surpresa em relação à substituta da faxineira: contratada e com os vales para o transporte, essa obreira veio até o edifício e no 1° dia, por volta das 13h00 se disse cansada e abandonou o labor.

    NO outro dia, após intensa procura, nova contratada, mas que recusou o salário da categoria.

    Entãp, aquela que deveria estar em gozo das férias ...necas de pitibiriba, pois o batente não deixou.

    Estou a procura de outra: pagamos salário da classe, locomoção, cesta básica, FGTS e INSS sem falta. Você se habilita?

    Nunes

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  3. Não sei não Dri, parece que ter uma empregada doméstica ou um trabalhador rural um dia será um luxo para poucos, por isso, é bom criar sucessores preparados para saber fazer de tudo, desde serviços de casa a arrumar um chuveiro, eu estou perdida nesta história, rsrsrsrsrsrs
    Abração!

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  4. Já vi muito caso assim. A resposta pra mim parece tão clara... Os salários que se paga no Brasil são menores que os de sobrevivência e poucos querem ou podem pagar decentemente por prestação de serviço... Como é que alguém pode pagar 800 reais por mês, que seria um mínimo decente pra uma empregada doméstica, se muitos, mesmo tendo uma profissão técnica, não ganham isso pra si mesmos?
    As raízes de tudo são velhas conhecidas: má distribuição de renda, desinteresse político, corrupção política. Em suma, tudo na mão "deles". É difícil ter esperança.

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