25 setembro 2009

Cena paulistana

Aqui em São Paulo todo mundo tem algum caso de violência urbana para contar. Se não aconteceu com a própria pessoa, um parente, vizinho, amigo ou conhecido foi a vítima. Assaltos, acidentes, sequestros e toda sorte de acontecimentos comuns às metrópoles. E isso faz as pessoas estarem sempre assustadas, alertas, atentas, esperando pelo pior. Parece que já está incorporado ao dia-a-dia, à rotina de todos. Meio paranóia geral mesmo.
Essa semana fui levar o Marcelo à fisioterapia. Como o tempo estava chuvoso, eu vestia uma blusa de moletom, estilo 'canguru', aquelas que tem capuz e um bolso de cada lado na altura da barriga. Enquanto ele estava na sessão, fui à esquina, na banca de jornal. Na volta, ao passar num estabelecimento que vende água em galões, bem ao lado da clínica onde meu carro estava parado, havia uma senhora de pé na porta. Eu estava com o celular em um bolso da blusa e as chaves do carro no outro. Ao me aproximar da senhora, já fui enfiando as mãos nos bolsos para retirar minhas chaves. Ela ergueu as mãos e as colocou na cabeça e gritou: "Ai hómi, que susto que você me deu. Pensei que fosse me assaltar..."
Paranóia total. Ela pensou que eu fosse um ladrão e que tiraria uma arma da blusa. Só que não a condeno. A gente acaba ficando assim, um tanto assustado. Ninguém mais tem aquela tranquilidade de outrora...

2 comentários:

  1. A tranquilidade foi mesmo embora...Coisas ruins da vida contemporânea,instaladas principalmente nas metrópoles. Aqui no Japi ainda temos um pouco de sossêgo, mas as antenas estão sempre ligadas. É inevitável e prudente. Um abraço e bom final de semana!

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  2. Prezado Mussolin.

    Penso, os que somos honestos, no constrangimento de tal situação, notadamente em relação a você, diante da inusitada reação daquela senhora.

    O caos social que se instalou nas metrópoles, em regra, é fruto da perda de referência que os indivíduos tinham em seu meio, quando de todos era conhecido e reprovado por eventual conduta indevida.

    Logo, se o José de Tal comete um crime em um meio social onde habitam dezenas de milhoes, não terá ele qualquer preocupação de ser reprovado em sua conduta, pois que poucos o conhecem. É o que penso.

    Do amigo,

    Nunes

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