Há anos que acompanho de longe os fatos e acontecimentos dos imigrantes brasileiros no exterior, especialmente nos Estados Unidos. A imprensa agora tem noticiado que muitos brasileiros têm feito o caminho de volta. O motivo alegado é a baixa cotação do dólar perante o real e as dificuldades encontradas para se arranjar alguns documentos importantes para quem mora lá, como carteira de motorista e o social security.
É uma questão muito individual. Há brasileiros que estão lá legalmente, têm o green card (ainda cobiçadíssimo) e já se estabeleceram. Seus filhos estudam e suas famílias já se adaptaram à vida dos norte-americanos. Conseguem guardar um bom tanto de dinheiro e ainda enviam alguns dólares para o Brasil para ajudar seus pais ou investir em algum negócio por aqui. Muitos ainda sentem falta do Brasil, dos amigos, familiares e de outras coisas que somente se encontra na terra onde se nasce. Para esses, a crise do dólar não pode afetar, já que se voltarem para cá, muito provavelmente, não conseguirão ter o mesmo padrão de vida que mantêm lá.
Mas, há os que vivem na incerteza da ilegalidade. Morando em casas divididas com outros brasileiros. Trabalhando em subempregos, por mais de 10 horas por dia, fugindo de fiscalizações, sem documentos, enfrentando o preconceito e sentindo a falta da família. Creio que esses têm que analisar com muito cuidado, se todo esse esforço está valendo a pena. Com um desgaste menor, o padrão de vida poderia ser mantido aqui no Brasil, dependendo da cabeça de cada um.
O Brasil não está nenhuma maravilha, mas a economia deu uma melhorada nos últimos tempos. Há mais segurança (ou seria menos insegurança?).Outro dia, encontrei um garçom de Poços que trabalha em São Paulo há mais de 10 anos. Atende dois restaurantes por dia, seis dias por semana, já tem duas casas em Poços e está reformando uma terceira para alugar como ponto de comércio. Ele mora no Brasil, fala português e está há 3 horas de sua terra natal. É uma boa opção. Em alguns casos, para aqueles que realmente querem 'agarrar firme', a saída está mais próxima do que se imagina.
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